30 de set. de 2018

A difícil arte de criar e educar uma mulher no mundo atual





Vivemos no mundo moderno em que temos acesso há uma série de informações, dispostas pela tecnologia e percebo que não sabemos empregar todo esse conhecimento ao nosso dispor.

Neste mundo moderno, filtrar o que é bom e nos será útil na educação dos filhos e filhas é algo importante e bastante complexo também. Novas teorias surgem e confrontam as velhas formas, as quais já foram consolidadas por nossos pais.
No esforço em educar e dar boas referências as minhas 3 princesas, para não as criar num mundo fantasioso e cor de rosa, eu tenho buscado muito na história e confrontado com o que vejo na atualidade.

As mulheres que tenho contato, em sua maioria, não se encontram 100% felizes e realizadas, muitas por terem se deixado influenciar pelo mundo masculinizado, patriarcal e preconceituoso que as impede de encontrar sua verdadeira essência.

Nos meus estudos de gênero, sobre a construção do papel da mulher na história, vejo que em muitos momentos sua atuação social foi extirpada pela figura dominante do homem. Contudo não percebemos isso e acabamos acatando a opinião masculina sobre o corpo feminino, como sendo verdade absoluta, mesmo sabendo que um homem pode não entender nada da natureza da mulher. Ora, mas por que fazemos isso? Porque aceitamos que a moda ditada por homens e os valores por eles regularizados sejam impostos sobre nós?

Se ao invés de vestir minha filha de cor de rosa eu a permito escolher a cor usando preto ou azul, posso ser julgada por isso? Se minha filha decide namorar meninas ao invés de meninos eu seria condenada por isso? Tanto é que isso levou uma delas a ser "convidada a se retirar da escola" por beijar uma menina na porta da escola. Ora, quem disse que a mulher deve se calar e o homem pode dizer e fazer tudo que quer?

Não tem sido fácil dar referências às meninas sobre o que é ser mulher na sociedade atual, pois buscamos exemplos do século passado e nem sem são positivos. Uma mulher, ao querer se impor sobre uma situação ou é julgada como louca ou então como "masculina demais", ora, quem disse que a mulher é sempre o sexo frágil? Por que temos que acatar a todas as ordens ditadas pelos homens?

Ao longo da história das relações entre homens e mulheres noto que o "preservar" a figura feminina era tão somente para garantir que os filhos gerados em seu ventre, fossem do mesmo macho. Isso é tão verdade que em nossa certidão de nascimento temos como prioridade o nome da mãe, mas não necessariamente o nome do pai e que nos distingue em caso de pessoas com o mesmo nome. Uma coisa é certa, temos garantia de qual ventre saímos, já o pai...

E ainda assim duvidamos da nossa capacidade, da nossa força e coragem. É nisso que eu tenho me concentrado quando eu penso na educação das minhas filhas. Que tenham uma boa referência do que é ser mulher no século XXI, pensando no que lhes faz bem e não nas convicções alheias. Posso não ser o melhor exemplo, mas procuro mostrar a elas em quem se espelhar na história e na sociedade atual. Pensar com elas o quanto suas atitudes podem lhe causar consequências e quais seriam.

Mas principalmente apontar que é preciso ter segurança e inteligência emocional para quebrar paradigmas. Mesmo eu sendo do século passado, minha mente busca referências no futuro e ainda que eu seja julgada e condenada por algumas permissões que foram concedidas nesta educação, prefiro a liberdade à repressão.


Por Ediléia Diniz
Mulher, mãe, professora, palestrante, terapeuta... todos os papéis atribuídos são apenas uma parte de mim

15 de mar. de 2016

O milagre do ensino



Quando eu decidi ser professora eu soube, naquele momento, que precisaria estudar muito mais do que já tivera feito até então na vida. Encarei esse desafio como uma oportunidade de aliar duas coisas que amo, dialogar com pessoas e ler. No entanto não é somente ler, mas refletir também.
Negam aqueles que acham que quando se é professor já se sabe tudo, ao contrário, nós temos apenas a vaga ideia de onde procurar.
O professor é também aquele que constrói pontes entre o que se lê e o que se vive na vida real. Não que os livros não se originem de uma experiência real, mas em muitos casos, o leitor tem certa dificuldade de relacionar a teoria com a prática.
Pois é quando se transmite aquilo que foi assimilado e experienciado após leitura e reflexão, que mais aprendemos.
Ensinar é uma grande oportunidade de comunicar suas reflexões, de compartilhar aquilo que se acha que entendeu. No entanto, quando transmitimos ao outro, percebe-se que ele compreendeu de uma forma completamente diferente do que você havia entendido.
Ser professor é buscar mil e uma formas de comunicar algo de maneira que o aluno possa entender, compreender e assimilar.
Ser professor é a incrível capacidade de plantar ideias no outro de maneira que quando elas germinarem, produzirão grandes frutos que podem transformar a humanidade.
Ser professor é ter a permissão de descortinar o saber científico ou decifrar o código linguístico nas primeiras letras da infância.
Muitas vezes entramos em sala, passando por cima de inúmeras dificuldades e conflitos pessoais simplesmente pelo amor que temos ao próximo e pelo incrível desejo de vê-lo evoluir.
Então, se cabe ao professor à inata capacidade de influenciar, é fundamental que ele deposite o seu coração e o seu espírito a cada vez que adentrar em sala de aula, com um sorriso ou não, e então após dizer Bom Dia ou Boa noite, pegar a caneta ou o giz, pois é naquele instante que o milagre se faz.

1 de jan. de 2016

Correr, um eterno recomeço

Todo começo de ano é a mesma coisa, muitas promessas são feitas e quando o ano termina, fazemos um balanço do que passou, vemos que nem todas foram cumpridas. Algumas delas, por nossa própria culpa, negligência, preguiça, procrastinação e outras promessas são adiadas por fatores diversos que não temos o controle.

No início de 2015 eu havia prometido a mim mesma retomar os treinos de corrida com dedicação para que em 2016 pudesse realizar minha primeira maratona, os sonhados 42k nos meus 42 anos. Comecei o ano com empenho, tanto que após a dengue, em fevereiro, retomei os treinos logo sem dar muita atenção a recuperação necessária, o que me deixou ainda mais debilitada e suscetível a herpes zoster. Então, entre os meses de abril e maio passei 33 dias no hospital por conta de bactéria que quase me levou à óbito, fui submetida à 3 cirurgias e levei meses para me recuperar, tendo alta médica completa somente em dezembro de 2015. As cirurgias deixaram sequelas físicas para sempre, e limitações momentâneas de movimentos que me impediram de retomar a musculação antes.






Retomar os treinos após o parto foi infinitamente mais fácil do que agora, ainda mais porque uma gestação, mesmo sendo 3 cesáreas, o corpo encara como um processo natural e o próprio metabolismo auxilia nesta recuperação. Contudo, após chegar tão próximo da morte, e foi próximo mesmo, meu corpo enfrentou como uma agressão imensa, tanto que foram meses de recuperação, repouso e muita paciência.


Para quem vê de fora, as sequelas físicas estão diminuindo e ficando boas, mas ninguém pode ver as marcas internas. Emocionalmente tudo que aconteceu me abalou muito, é difícil admitir isso pois passei muito tempo no hospital e depois que sai dele me questionando porque aconteceu tudo isso comigo. A gente acha que fazer exercícios físicos nos livra de doenças, como câncer, ou problemas como obesidade, diabetes, hipertensão, mas não nos damos conta que o excesso de exercícios pode ser prejudicial também.

Às vezes penso que se eu não tivesse retomado os treinos logo após a dengue não teria ficado tão debilitada e sucessível a herpes sortes e depois a bactéria comedora de carne. No entanto se fosse sedentária talvez não tivesse conseguido me recuperar tão bem como foi, tanto que o enxerto de pele aderiu 100% e hoje consegui recuperar os movimentos do braço. Se isso..., se aquilo... tantas possibilidades ainda passam pela minha mente frequentemente.

Então que em meio a tantos questionamentos tenho que, afinal, agradecer por nunca ter deixado de treinar, mas ainda preciso recuperar a motivação para voltar a treinar com o mesmo afinco sem carregar os monstros que levo comigo. Sim, monstros, pois mesmo sabendo que os treinos me salvaram, eles também não me livraram de ter passado por tanta dor. É impossível não lembrar de tudo e não chorar por dor, por alívio e principalmente por gratidão. Claro que agradeço a Deus por ter me livrado da morte ou por não ter sido necessário amputar o braço. Sei que está na hora de superar essa história, deixá-la no passado e retomar o controle sobre minha vida em busca da pessoa que sou. Mas juro que estou tentando superar e não lembrar com tanta frequência, porém, quando olho para meu braço e vejo a marca que foi deixada, fica impossível esquecer.

Achei que escondendo dos outros, e de mim mesma, usando somente camisa de manga comprida e saias longas eu esqueceria e seria mais fácil encarar. Tanto que dei todas minhas camisetas regatas, mas isso não adiantou. Foi então que conheci uma aluna, a jovem brilhante e corajosa Jessica Saeko das aulas de pedagogia, que me encorajou a assumir as marcas. Jessica contou como ela enfrentou as marcas que possui, o olhar das pessoas e me mostrou que aceitar é o primeiro passo para recuperar o amor próprio. Então me conscientizei que tudo que passei não é para ser esquecido, mas para ser lembrado e que sirva de exemplo para outras pessoas.

Porém, mesmo passado por tudo isso, ainda não me sentia confiante para voltar a correr, foi então que conversando com uma amiga ela me fez ver que se eu já havia superado tantas adversidades e 3 partos, então posso ter mais essa conquista e recomeçar. Só quem encara a morte frente à frente e consegue voltar sabe dizer que as vezes se consegue tirar forças sabe-se lá de onde. Então se Deus me mandou de volta, pois cheguei na porta do céu e voltei, é porque tenho uma missão a cumprir. Já que é assim, vamos para mais um desafio, é hora de voltar às pistas e ser feliz.


Borá lá?!

23 de set. de 2012

Retornando as pistas



As vezes é preciso exorcizar o passado para voltar a sentir o gostinho da vitória.
Voltar a sentir o sabor de uma conquista que se achava tão distante e quando ela chega, se descobre que estava a alguns passos, poucos Km's.
É preciso dar tempo ao tempo, deixar o vento levar as experiências e sentimentos ruins e preservar o que ha de melhor em nós.
Retornar a essas pistas, especificamente esta prova, onde praticamente minha paixão pela corrida começou me deixou com esse sentimento, de superação, de retorno, de conquista.
Claro que é preciso de uma boa dose - e generosa - de dedicação, mas paciência foi minha parceira desde o início.
Essa prova me traz o sentimento de voltar as pistas mais madura, serena, focada.
Nesta semana em que completei 38 anos vários momentos de minha vida passaram na mente como uma história em quadrinhos e amanhã, quando Alice completa 2 aninhos a comemoração não poderia ser diferente. Correndo!
Muito chorei pelo tempo afastado das pistas e me emociono sempre que ouço o soar de uma largada. Agradeço a Deus pela oportunidade de fazer algo que me trás tanto bem estar. Agradeço a Deus pelas pessoas que colocou em minha vida, e ainda coloca, e me proporcionam sentir a vida nas veias, o coração batendo aceleradamente, a endorfina que arrepia a espinha...
Obrigada Senhor
Obrigada minha família
Obrigada meus amigos, todos eles

20 de mai. de 2012

O que aprendi com a prova de hoje?




Que é possível vencer as barreiras mentais e consequentemente as físicas também.
Que uma sucessão de imbecilidades e imaturidades pode fazer a diferença.
Que mesmo que você se programe para cumprir uma meta, apesar dos percalços, isso não te afasta do seu objetivo maior.
Que a corrida é um esporte individual e por mais que tenhamos a nítida noção do coletivo, cada um corre atrás de suas próprias metas que serão vencidas ou não.
Que nem tod@s que pensamos e julgamos como amigos torcem ao nosso favor e quando chegam a nossa frente, nem sempre é para nos aplaudir, as vezes é para nos ver tropeçar e cair.
Que manter o foco, a força e a fé é preciso mais do dar um “dane-se” aos outros, é preciso autoconhecimento.

Com certeza, cumprir essa prova teve um significado mais do que especial para mim. Pois apesar de não estar em meus objetivos iniciais correr 10k agora, cumprir essa meta teve um preço alto a ser pago e só o tempo irá dizer se valerá a pena ou não.

Boa semana a tod@s que participaram da Tribuna!

2 de nov. de 2011

E a Bia mudou de time de futebol...

E eu que pensei que isso fosse impossível... Como pode uma pessoa deixar de ser brasileiro? Ta certo que hoje pessoas deixam o próprio sexo para ir ao encontro do que está em sua alma. Mas, time de futebol?

Se eu mudasse de time de futebol, seria como se estivesse traindo gerações de corinthianos. Mais de 100 anos de história deste time se entrelaçam com a minha família. Quando pequena eu escutava lá no Parque São Jorge: "se Deus é brasileiro, Jesus Cristo é corinthiano". Hoje, estudando religião, pude constatar que as pessoas mudam mais de religião do que de time de futebol.

Aparentemente esferas distintas, mas com características muito semelhantes. Uma forte religiosidade marca a adesão de uma pessoa nestes dois espaços sociais, e sem dúvida, deve existir uma empatia do "fiel" com essa nova identidade.

Mas enfim, como mãe e corinthiana, sinto que teremos que aprender a lidar com essa nova escolha da Bia. Mesmo sabendo que ela escolheu errado, kkkk, sei que um dia seu coração se voltará a sua alma de mulher e de corinthiana.

24 de jul. de 2011

9 + 10 = 19 meses

Com o passar do tempo as diferenças de idade se tornam diferenças sociais e cada uma delas, de acordo com sua personalidade, tem demonstrado necessidades próprias. As vezes me pergunto se conseguirei dar conta de todas elas.

Alice tem feito muitos progressos desde os últimos registros aqui. Senta com maestria e engatinha de quatro, não mais se arrastando como uma lagartixa. Ja consegue se comunicar reclamando quando não gosta de algo ou batendo palminhas quando está feliz. Nós também já conhecemos mais suas manhas e procuramos saciá-las quando possível.

Gabriela tem interagido bastante conosco em casa, sempre muito prestativa quer ajudar no preparo na gelatina ou mesmo enxugar a louça, quase sempre sem quebrar um copo. Ufa! (Nessas horas, quando é preciso terminar logo o serviço de casa, deixo as questões feministas de lado e ponho todas pra ajudar! Ninguém merece ficar lavando louça e secando após o fabuloso almoço de domingo!) Gabi adora recortar, pintar, montar coisas e quase sempre está aprontando mais uma. É claro que as vezes sobra cortar a calça de moleton ou a toalha da mesa de jantar "... mas é sem querer né mãe!" isso quando não acaba tingindo a toalha de mão do banheiro com tinta. Haja criatividade nessas férias viu!

Gabi e Alice se aproximaram bastante e é notório que a caçula adora a irmã do meio. Gabi tem jeito com Alice, conhece as músicas e desenhos prediletos e sentam juntas para assistir. É fantástico poder participar desses momentos!
E então o que dizer da primogênita!?
Beatriz é uma garota de personalidade e tem se mostrado cada vez mais firme, as vezes até demais, em suas decisões. Particularmente tenho sentido mais dificuldade com esse novo momento de sua vida. É também uma nova fase para nós e nos expõe a situações diversas. Outras mães e pais podem alertar diversas vezes sobre como é árduo lidar com filhos na fase da pré-adolescência, mas nós somente sabemos quando passamos por isso. Aí, como socióloga, questiono porque é tão difícil este diálogo? Onde é que se rompeu este fio condutor que permite a articulação das idéias?

Primeiro lugar é fundamental o respeito por cada fase de suas vidas e suas personalidades. Sem respeito não existe diálogo!
Hoje Alice completa 10 meses e nossas vidas mudaram muito nesses últimos 19 meses, desde que descobrimos que não seríamos mais 4 e sim 5!

Parabéns Alice!

7 de jun. de 2011

Gratidão

Senhor, agradeço pela minha vida e pela vida de toda a minha família. Agradeço especialmente pela família que o Senhor me deu ha 13 anos atrás.

Agradeço Senhor por todo amor, carinho e comunhão que nos proporcionou em todo este tempo.

Graças te dou Senhor por ter me dado como companheiro de vida um ser humano incrível o qual sei que preparou especialmente para mim.

Graças te dou Senhor pois sei que preparou a mim e ao Alexandre por anos e anos em nossa infância e juventude nos transmitindo, pelos nossos pais, valores familiares que hoje são preciosos e os quais formam a base do que ensinamos as nossas filhas.

Agradeço Senhor por todos os momentos alegres, fartos, de regozijo que tivemos na companhia de amigos que nos renderam muitos risos. Mas também agradeço pelos momentos difícieis, de dor, perdas, doenças e dificuldades financeiras quando tivemos um ao outro como suporte.

Agradeço ao Criador pela oportunidade de construir todos os dias um futuro melhor para nossas princesas e que não nos falte sua benção sobre nossas vidas.

"Gratidão gera gratidão e lamúria gera lamúria." Graças Senhor, mil graças

13 de abr. de 2011

Tempo é Deus

Deus é o Senhor do tempo. Porque não ha nada que aconteça que não seja de Seu conhecimento. Uma folha, não cai da árvore antes do tempo. A lua não brilha no céu antes do por do sol. Uma pessoa não faz uma maratona (42k) sem antes correr ao menos 5k. Forrest Gump que me perdoe, mas só em Hollywood! Um bebê não anda sem antes sentar.

Tenho refletido muito sobre o tempo certo das coisas nas últimas semanas. Talvez porque contar os dias tornou-se uma referência pra mim desde que Alice nasceu. Um bebê tem x dias de vida, ou x meses e os anos parecem mais longos. Quando adultos, nossa referência são os anos, talvez porque comemoramos o ANIversário. Mas não é bem desse Tempo que quero escrever, o kronos. É sobre o Tempo certo, o kairós. O que chamo de Tempo de Deus.

Quando criança, geralmente temos pressa para crescer, ter idade suficiente para sair sozinhos, dirigir, ir pra balada, namorar, ao menos no meu tempo era assim. E quando os 18 anos chegam, nem sempre percebemos que "curtimos" tanto assim a pré-adolescência. Cada fase de nossa vida ha o que fazer ou descobrir. Pular etapas pode comprometer o curso natural das coisas, pois pode comprometer o tempo, o kairós.

Alice esta no seu momento de descobertas. Quer dizer, ela já está assim ha alguns meses, mas particularmente nessas semanas ela tem feito grandes progressos. Passou a sentar mais, mesmo que as vezes caia para os lados, se arrasta como uma minhoca quando quer pegar um brinquedo e fala “da da da” e “pa pa pa” o dia inteiro. Nessa, outro dia foi parar embaixo do sofá! Já aprontando! Beatriz e Gabriela, também com 6 meses, sentavam e começaram a ver o mundo numa outra perspectiva. Engraçado como o mundo parece maior quando se está deitado, pois quando sentamos ou ficamos de pé, nos vemos NO mundo, nos sentimos parte integrante dele.


Alice tentando abrir a porta com 6 meses e meio

E voltando a refletir sobre o tempo certo, o kairós. Um ser humano não consegue calçar os tênis e sair correndo como Forrest Gump, eu acho né! Antes de completar uma maratona é necessário correr o primeiro quilometro. E tenho sentido bem essa questão! Até as quedas, as lesões, os altos e baixos fazem parte da vida de um atleta. No último domingo participei da Meia Maratona Internacional de São Paulo organizada pela @Corpore na USP. Minha segunda prova de 5k desde que tive a Alice nasceu e apesar de não conseguir treinar consegui baixar meu tempo, o kronos. Que delícia que é correr lá! As provas são sempre muito animadas e nos enchem de energia. Os #twittersrun são pessoas incríveis que transbordam endorfina e contagiam a tod@s com seu bom humor. Apesar de eu ter caído na prova e me machucado de leve foi uma experiência interessante e que me ensinou: Em toda queda, seja física, emocional, profissional, é necessário aprender a se levantar e aprender a lição, respeitar seus limites, respeitar o tempo o kronos e o kairós.


Enfim, continuamos a seguir nossas vidas aprendendo com os erros e os acertos, trocando experiências, ouvindo o som da natureza e principalmente exercitando a paciência respeitando o tempo certo das coisas, o tempo de Deus que nos conduza para um futuro deslumbrante.


“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”

(Eclesiastes, 3: 1-8)

24 de mar. de 2011

6 meses

Alice completa hoje 181 dias de vida, ou melhor, 6 meses.
Neste tempo me apaixonei ainda mais pelas minhas filhas Bia, Gabi e Alice. Curtir seu desenvolvimento, suas conquistas, gracinhas e resmungos tem sido incrível. Desde o primeiro segundo de vida de cada uma delas, amei-as incondicionalmente. Cada minuto desde que nasceram quero estar ao seu lado, e cada sorriso ou choro desejo curtir ou amparar. Quando nos tornamos mães, descobrirmos que existem sentimentos que ainda não havíamos sentido e nos perguntamos como foi possível viver até aquele momento sem sentir isso?! “Quando escolhemos ter filhos, tomamos a decisão consciente de permitir que o nosso coração possa caminhar fora do nosso corpo”, como li em um site.

Bia com 6 meses

As vezes custamos a notar o quanto nosso bebê já cresceu. É como se perdêssemos a referência. A correria do dia-a-dia é tão grande que deixamos de notar pequenos detalhes. Bem, acho que já comentei isso aqui. Uma referência que tenho são as roupas e calçados. Como perdem roupas essas crianças! Bebês então, nem me fale! É muito rápido, um só inverno ou verão porque no próximo já tem que comprar tudo novamente. É quando se tem a impressão de que estar fazendo “compras” o ano todo. Calçado então,... piscou, e o dedão tá saindo pra fora do chinelo.

Gabi com 6 meses

Mas o que eu quero dizer com isso?
As crianças crescem (ainda bem), os pais envelhecem e dizem que quando nos tornamos avós é que curtimos de fato as fases da criança. Bem, isso não sei pois ainda não sou avó, nem quero ser tão cedo... hehehehe. O que sei é que estou curtindo cada momento da Alice, seu primeiro sorriso, o primeiro resmungo, a primeira vez que reconheceu a mamãe e o papai, o primeiro dentinho (20/03), e tantas outras primeiras vezes...

Alice e a vovó

Não sei onde foi parar na minha memória o registro das primeiras vezes das meninas, mas ainda bem que temos fotos pra nos ajudar a rememorar.


E quanta coisa conseguimos fazer em meio ano? Muita coisa, mais do que imaginamos.

No Pólo Norte ou no Pólo Sul um dia pode durar 6 meses
Um coelho leva 6 meses pra se tornar adulto
Um pedaço de pano ou madeira leva em média 6 meses pra se decompor
Escrever uma tese, poesia, canção
Aprender um novo idioma
Se preparar pra uma maratona (ou meia)
Pagar uma dívida
Fazer uma dívida
Arrumar um namorado
Terminar um namoro
Fazer uma viagem
Fazer novas amizades
Se apaixonar
Casar
Ter um bebê (prematuro, é claro)

O que mais você sugere?



Bênção Irlandesa
...que o caminho seja brando
a teus pés,
o vento sopre leve
em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre a tua face,
as chuvas caiam serenas
em teus campos.
E até que eu
de novo te veja,
que Deus te guarde
na palma de sua mão.