Vivemos no mundo moderno em que temos
acesso há uma série de informações, dispostas pela tecnologia e percebo que não
sabemos empregar todo esse conhecimento ao nosso dispor.
Neste mundo moderno, filtrar o que é
bom e nos será útil na educação dos filhos e filhas é algo importante e
bastante complexo também. Novas teorias surgem e confrontam as velhas formas,
as quais já foram consolidadas por nossos pais.
No esforço em educar e dar boas
referências as minhas 3 princesas, para não as criar num mundo fantasioso e cor
de rosa, eu tenho buscado muito na história e confrontado com o que vejo na
atualidade.
As mulheres que tenho contato, em sua
maioria, não se encontram 100% felizes e realizadas, muitas por terem se
deixado influenciar pelo mundo masculinizado, patriarcal e preconceituoso que
as impede de encontrar sua verdadeira essência.
Nos meus estudos de gênero, sobre a
construção do papel da mulher na história, vejo que em muitos momentos sua
atuação social foi extirpada pela figura dominante do homem. Contudo não
percebemos isso e acabamos acatando a opinião masculina sobre o corpo feminino,
como sendo verdade absoluta, mesmo sabendo que um homem pode não entender nada
da natureza da mulher. Ora, mas por que fazemos isso? Porque aceitamos que a
moda ditada por homens e os valores por eles regularizados sejam impostos sobre
nós?
Se ao invés de vestir minha filha de
cor de rosa eu a permito escolher a cor usando preto ou azul, posso ser julgada
por isso? Se minha filha decide namorar meninas ao invés de meninos eu seria
condenada por isso? Tanto é que isso levou uma delas a ser "convidada a se
retirar da escola" por beijar uma menina na porta da escola. Ora, quem
disse que a mulher deve se calar e o homem pode dizer e fazer tudo que quer?
Não tem sido fácil dar referências às
meninas sobre o que é ser mulher na sociedade atual, pois buscamos exemplos do
século passado e nem sem são positivos. Uma mulher, ao querer se impor sobre
uma situação ou é julgada como louca ou então como "masculina demais",
ora, quem disse que a mulher é sempre o sexo frágil? Por que temos que acatar a
todas as ordens ditadas pelos homens?
Ao longo da história das relações entre
homens e mulheres noto que o "preservar" a figura feminina era tão
somente para garantir que os filhos gerados em seu ventre, fossem do mesmo
macho. Isso é tão verdade que em nossa certidão de nascimento temos como
prioridade o nome da mãe, mas não necessariamente o nome do pai e que nos
distingue em caso de pessoas com o mesmo nome. Uma coisa é certa, temos garantia
de qual ventre saímos, já o pai...
E ainda assim duvidamos da nossa
capacidade, da nossa força e coragem. É nisso que eu tenho me concentrado
quando eu penso na educação das minhas filhas. Que tenham uma boa referência do
que é ser mulher no século XXI, pensando no que lhes faz bem e não nas
convicções alheias. Posso não ser o melhor exemplo, mas procuro mostrar a elas
em quem se espelhar na história e na sociedade atual. Pensar com elas o quanto
suas atitudes podem lhe causar consequências e quais seriam.
Mas principalmente apontar que é preciso
ter segurança e inteligência emocional para quebrar paradigmas. Mesmo eu sendo
do século passado, minha mente busca referências no futuro e ainda que eu seja
julgada e condenada por algumas permissões que foram concedidas nesta educação,
prefiro a liberdade à repressão.
Por Ediléia Diniz
Mulher, mãe, professora, palestrante, terapeuta... todos os papéis atribuídos são apenas uma parte de mim